Primeiro lugar: o Concurso de Expositores para o Museu - projeto Memorabília 24
Primeiro lugar pela participação no Concurso de Expositores para o Museu com o projeto intitulado Memorabília 24, Sob a orientação de Carlos Alberto Batista Maciel, Museu da Escola de Arquitetura, MARQ - UFMG. Grupo: Max Godoy + Sayuri Shibayama
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Banner finalizado |
Link para o pdf das pranchas executivas + orçamento + memorial descritivo / justificativo: Aqui .
Pranchas
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Prancha 1 |
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Prancha 2 |
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Prancha 3 |
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Prancha 4 |
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Prancha 5 |
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Prancha 6 |
Memorabilia 24
memorabilia
1. fatos ou coisas dignos de memória.
2. fatos ou coisas que suscitam memórias, lembranças.
O projeto Memorabilia 24 propõe a memória como escopo e visa dar corpo e articular espacialmente a memória dos objetos através de outros geometrias organizadoras. O termo Memorabilia associa memória e mobília, acabou que não haveria outra palavra mais precisa para o que gostaríamos de comunicar. O número associado, ‘24’, serve para marcar o momento no tempo da longeva Escola de Arquitetura em que a exposição foi instalada.
Em apreço as obras que as réplicas de gesso referenciam, decidimos trabalhar com elas em nossas composições. Nosso trabalho consiste basicamente em um estudo sobre esse relacionamento estabelecido entre os originais e suas reproduções no contexto da Escola de Arquitetura. Assim, utilizamos de análise para recompor as proporções das composições originais e até reproduzir suas posições relativas, alocando as em contextos e alturas que dariam maior consistência para as exposições.
As alturas foram baseadas nas medidas aproximadas no qual os originais foram expostos. Esse foi o caso dos bustos, foi feita uma pesquisa sobre as peças inspiradoras, suas medidas e seu locus, na intenção de reproduzir as sensações experenciadas ao visitar as exposições originais e traduzir as experiências para os nossos espaços, no caso específico, o hall do Profeta Nahum. Sendo assim, como em uma tradução há necessidade de adequações e ajuste, que pode ocasionar em perdas, diferenças e ganhos, mas mesmo que em outra língua ainda mantém o sentido e potência originais.
Dessa maneira, foram escolhidas as obras Busto de Sátiro, Filho de Laoconte e Vênus D’Arles para compor uma cena que se destaca do colorido plano de fundo de maneira ritmada e coerente com as alturas originais das exposições das peças.
Quanto os outros terços da exposição, a grade da escada e os capitéis coube apenas mimetizar as proporções, onde objetos da mesma categoria estariam colocados em seus contextos, como os frisos (escada) e capitéis (hall do profeta Nahum) sendo colocados elevados para que seja possível associá-los a seu local pensado originalmente, os capitéis ainda foram colocados em uma conformação o que rememora forma de um capitel clássico, para seu fácil reconhecimento não como uma simples carranca desgarrada.
Já peças descontinuadas dos frisos são posicionadas nas convergências espaçadas igualmente originadas de continuações dos caixilhos de uma já existente esquadria no espaço, a qual fornece ampla luz natural que preenche o ambiente de maneira a criar um ângulo reproduzido e reafirmado pela posição das obras. Essas formas geométricas simples organizam as peças e permitem especializá-las para que atendam esse programa que privilegia a experiência do usuário.
Utilizamos noções elementares da geometria euclidiana para estruturar as recomposições em um novo espaço. Articulando a tridimensionalidade das peças esculpidas através elementos estruturantes baseados em linhas, pontos e plano, intrinsicamente bidimensionais, criando um contraste que destaca as obras, como se saíssem de um plano. A grelha descontruída da esquadria nas escadas, os suportes aéreos para os capitéis e geometria marcada dos pedestais do hall, com volumes simples que dão destaque as peças, além do plano colocado posterior a eles e ao profeta para aumentar o contraste e enquadrar as obras. Ainda assim, com detalhes que permitem a conexão com ambiente já posto, seja ao respeitar os valores modernistas já postos pela Escola ou ao reconhecer calhas elétricas no exercício projetivo.
Na fase intensa de pesquisa, após um alinhamento dos sentidos que o projeto caminharia, um grande referencial é apresentado. Ele potencializa valores que gostaríamos de destacar, a experiência do usuário, generosa iluminação natural, além da precisa simplicidade geométrica dos seus objetos expográficos, o arquiteto italiano Carlo Scarpa. Os estudos de sua produção museológica foram imprescindíveis para o desenvolvimento para este projeto em questão vide o esmero do arquiteto em suas obras.